0

Pardo

Sinal House . Caminha

Pardo . photos: © José Campos

The sublime landscape of the place blends with the sea, the sky and the mist. From the building to the landscape, the Sinal House overlooks the mouth of Minho River, the hill of Santa Tecla, Caminha and the mouth of Coura River. The lines of the bank and the topography outline the contours of the scenery that is defined and reflected in the water’s surface.

From inside of the Sinal House, controlled views offer distinct perspectives, transforming the space based on light intensity, weather conditions, and time of year. In the foreground, vegetation and buildings complement the frames, with a singular granite masonry element at the eastern end, topped by a cross — Sinal dos Mareantes — which gives the place its name and identity.

The presence of the Sinal in dialogue with the existing building and the landscape intensity determined the principles of the project. The pre-existing building in plastered and painted stone masonry, with a gable roof, is connected to a new volume that arises from intersecting alignments between façades and directing views from the interior to the distant landscape. The new volume, shaped and lightened by the voids in the white façade, is interrupted to the North by the narrow balcony, and to the West by the balcony that overlooks the river mouth and the road.

Communication between the two volumes is made through a bridge under which the entrance to the house is located. Inside, the birch wood on the marble cement floor defines the spaces, from the entrance to the kitchen, like a box that guides us through the house and belongs to the two floors, incorporating built-in furniture. Complementing the kitchen and in contrast with the birch, the mahogany cabinet is a massive body interrupted by a void that lets the cook peek through. It also provides storage for the dining room, which extends toward the granite threshing floor, soon to be shaded by vegetation hanging from the pergola.

Back at the entrance, the riga staircase and handrail, integrated into the birch volume, lead us to the first floor. The view over the river mouth fills the top West end of the living room, while to the East, the Sinal is prominent, and the corner window frames the Rivers and Caminha, creating the ideal scenery for the reading room. The birch furniture continues along the corridor, over the riga floor, and ends by housing books and vinyl records.

The connection to the existing building is made through the ‘viewpoint bridge’, a space for contemplation, work and reading, leading to the private area of the house. The visual axis between bedrooms allows us to peek out from the nearby path to the bank of Coura River. Viewpoints align through a sequence of windows and spaces, offering different scenarios of the surroundings.

The journey through the house becomes a discovery of views, angles and planes in a constant interaction between space and landscape.
_

Sinal House

Architecture Office: Pardo
Architects: Sofia Parente e André Delgado

Completion Year: 2024
Area: 260 m2
Location: Caminha, Portugal
Program: single family house

Photographyr: José Campos

A paisagem sublime do lugar dilui-se com o mar, o céu e a neblina. Do edifício para a paisagem, a Casa do Sinal avista a Foz do Rio Minho, o Monte de Santa Tecla, Caminha e a Foz do Rio Coura. As linhas da margem e da topografia desenham os contornos do cenário que se define e se reflete no plano de água. 
Do interior da Casa do Sinal os pontos de vista são controlados, proporcionando a quem a habita enquadramentos que transformam o espaço conforme a intensidade da luz, o estado do tempo e a época do ano. Num plano mais próximo, a vegetação e o edificado complementam os enquadramentos, destacando-se a Nascente um elemento singular em alvenaria de granito, encimado por uma cruz - Sinal dos Mareantes - que dá nome e identidade ao lugar.
A presença do Sinal em diálogo com a construção existente e a intensidade da paisagem, determinaram os princípios do projeto. A preexistência em alvenaria de pedra rebocada e pintada, com telhado de duas águas, liga-se a um novo volume que surgiu do cruzamento de alinhamentos entre fachadas e que direciona o olhar do interior para a paisagem distante. O novo volume, moldado e aligeirado pelos vazios que sobressaem nos planos brancos de fachada, é interrompido pela varanda estreita a Norte e, a Poente, pela varanda que espreita a Foz e o caminho. 
A comunicação entre os dois volumes acontece através de uma ponte sob a qual se faz o acesso a casa. No interior, a bétula sobre o pavimento em marmorite define os espaços, desde a entrada até à cozinha, como uma caixa que nos encaminha no percurso da casa e pertence aos dois pisos, integrando o mobiliário fixo. Complementando a cozinha e contrastante com a bétula, o móvel em mogno é um corpo maciço interrompido pelo vazio que deixa espreitar quem cozinha. Confere ainda arrumação à sala de refeições que se prolonga para a eira em granito, que ganhará sombra da vegetação suspensa na pérgula. 
De volta à entrada, a escada e corrimão em riga, integrados no volume em bétula, conduzem-nos para o primeiro piso. A vista sobre a Foz preenche o topo Poente da sala de estar, enquanto que a Nascente o Sinal marca presença e a janela de canto enquadra os Rios e Caminha, revelando-se o cenário ideal para a sala de leitura. O móvel em bétula acompanha-nos no percurso pelo corredor, sobre o pavimento em riga, e termina acolhendo livros e vinis.
A ligação à construção existente faz-se através da ‘ponte miradouro’, espaço de contemplação, trabalho e leitura, que nos encaminha para a zona privada da casa. Entre os quartos, o atravessamento visual permite espreitarmos do caminho próximo para a margem do Rio Coura. Os pontos de vista alinham-se, vemos através de uma sequência de janelas e de espaços os diferentes cenários que a envolvente proporciona.
O percurso na casa revela-se uma descoberta de vistas, ângulos e planos numa constante interação entre espaço e paisagem.